segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sermão do dia 20 de Julho de 2008

Alegria, mesmo em meio ao sofrimento.
Por Bebeto Araújo

Uma das marcas do Reino de Deus sem dúvida nenhuma é a alegria – “Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo”. (Rm 14.17). A alegria é uma das marcas da vida do cristão - Paulo escrevendo aos romanos diz: “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo”. (Rm 14.13)

Nós associamos muito alegria a ausência de problemas. Quando olhamos para o relato de Lucas sobre o início da igreja e a explosão de crescimento dos primeiros anos, percebemos que a alegria dos cristãos não estava atrelada à ausência de sofrimento, mas sim ao fato deles terem aprendido a esperar que o Deus do impossível fizesse o impossível acontecer.

Sempre nos lembramos de Atos como um livro que descreve um Deus que intervém sobrenaturalmente. Línguas de fogo desciam sobre os discípulos; coxos passavam a andar; demônios eram exorcizados; anjos socorriam os apóstolos; até a sombra de Pedro se transformava num instrumento de cura. Mas, por outro lado, Estevão foi apedrejado até a morte; Paulo, preso e açoitado; homens e mulheres fiéis foram passados ao fio da espada ou lançados aos leões.

Mas, de maneira surpreendente, entre milagres e tragédias, o nome do Senhor Jesus era glorificado, e a igreja, resistente, avançava. Porque mesmo quando Deus não age sobrenaturalmente Ele continua sendo o Senhor da situação, Dono absoluto da nossa vida e da nossa história, Soberano e bondoso Rei.

Mesmo que você esteja enfrentando uma crise pessoal, ou talvez a enfermidade bateu à sua porta, mesmo que o seu negócio esteja enfrentando uma crise ou seu sonho não tenha se realizado, somos convidados a compreender uma verdade: tanto na felicidade, como na tragédia, é preciso olhar além da vida e entender que o projeto maior da nossa existência – glorificar a Deus – é incontestável e não pode ser revogado por nada.

No capítulo 8 de Atos, Lucas inicia a narração afirmando que “levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém”. No original, para falar “perseguição”, ele escolheu o termo grego diogmos, que significa “desenvolvimento de um programa sistemático para opressão de um povo”. Esse termo está associado a ações planejadas para fazer um povo sofrer, causar dores, punir com o sofrimento. O quadro pintado aí é o de uma igreja que passa a experimentar, de forma física e violenta, o amargo sofrimento. E ele descreve os ingredientes dessa diogmos: o sepultamento de Estevão, o aprisionamento dos fiéis e a dispersão da igreja.

No v.2, quando é mencionado o sepultamento de Estevão, Lucas relata que houve grande “pranto”, o termo usado aí é kopetos. Pode ser lido literalmente como “bater no peito”, e indica o sofrimento emocional, a dor da alma, o choro inconformado do coração. Ao lado de diogmos, essa expressão apresenta uma igreja em sofrimento físico e emocional. O ataque vinha de diferentes lados, pois, paralelamente à opressão física, como as prisões, os martírios e os espancamentos, havia também a emocional, como o medo, a insegurança e a saudade dos que partiam.

No v. 3, Lucas diz que Saulo “assolava” a igreja. Mais uma vez ele escolhe cuidadosamente o termo. Dessa vez usa elumaineto, para demonstrar o sofrimento dos crentes. Esse termo deriva de lumaino, aponta para uma assolação (destruição) não apenas física e emocional, mas também espiritual. É a mesma palavra usada em João 10.10, quando lemos que o diabo veio roubar, matar e “destruir”. O ataque tinha o objetivo não apenas de abater o corpo e desestabilizar as emoções, mas também de destruir a fé.

O que temos aí nesses três primeiros versículos? A igreja enfrentando fortíssimo ataque físico (diogmos), emocional (kopetos) e espiritual (lumaino). Logo, podemos concluir que essa igreja vibrante e fiel também sofria. Os cristãos enfrentavam uma oposição sobre-humana, que atacava o corpo, fazia doer a alma e tentava roubar a fé.

O sofrimento continua presente entre o povo de Deus. Ainda hoje a violência cai sobre a família; o irmão perde sua vida num acidente estúpido; o desemprego e as dívidas tiram o sono e a paz de muitos crentes; às vezes a doença terminal entra em nossa casa; muitos abandonam o Senhor por causa dos problemas e crises; outros se intimidam de testemunhar perante os seus amigos com medo de serem ridicularizados; alguns se deixam vencer pelo desânimo.

Diante de situações assim, entendemos que o sofrimento é possível. Mas a fidelidade constante de Deus mostra-nos que, até no mais terrível sofrimento, Deus continua sendo Deus, e nunca se ausenta. Ele estará com os Seus filhos, todos os dias.

Os próximos nos mostram o outro lado da moeda: a) Nos encoraja a esperar mesmo que não estejamos vendo nenhuma “luzinha no final do túnel”; b) Nos desafia a crer no Deus dos milagres.

Compreender que estamos sujeitos ao sofrimento não significa perder a expectativa de ver Deus abrir os céus e intervir miraculosamente.

A resposta de Deus vem ao Seu povo. Deus tem sempre a última palavra no que se refere à nossa vida.

No v.1, a igreja sofria quando “foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria”. Mas, no v. 4, veio vem a tremenda resposta do Senhor: “Os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem”. Mesmo no sofrimento humano Deus fazia a história caminhar para a glória do Seu nome e para o avanço da Sua igreja.

No v. 2, a igreja sofria uma grande perda com o sepultamento de Estevão, propagador da Palavra e homem cheio do Espírito Santo. Caía ali um grande líder e incansável pregador. Mas Deus, no v. 5, dá a resposta ao sofrimento ao levantar Filipe, também cheio do Espírito Santo. E Filipe, “indo para uma cidade de Samaria, ali lhes anunciava o Cristo”. Caía Estevão; Deus levantava Filipe. Aleluia!

No v.3, Saulo devastava a igreja arrastando homens e mulheres de dentro de suas casas, levando-os às prisões. A violência estava arrasando as famílias dos crentes. Essa história, humanamente, deveria ser encerrada com muita tristeza. Mas, no v.8, o texto conclui dizendo que “houve grande alegria naquela cidade”. Deus fazia o impossível acontecer tanto no corpo, como na alma e na fé do Seu povo.


Conclusão
Meu irmão, no que se refere à sua e à minha vida, Deus nunca será surpreendido. Você pode está com o coração duro que nem uma pedra; a esperança de que algo novo pode acontecer foi embora; a alegria de servir foi vencida pelo desânimo; as decepções que você já sofreu empurram você para o isolamento; quem sabe a violência e as drogas bateram na porta da tua casa...

Mesmo assim, saiba que Deus é soberano, não perca a esperança de voltar a ser feliz porque o Deus dos impossíveis pode fazer o impossível acontecer.

0 comentários:

Blog da Vinha de Itaperuçu

Seja Bem Vindo ao Blog da Vinha de Itaperuçu!
Conheça um pouco sobre nós! Faça comentários, faça pedidos de oração, relcione-se conosco. Esse é um canal construído pensando em você!